Ácido flufenâmico + Ácido salicílico + Heparinóide

DCI com Advertência na Gravidez DCI com Advertência no Aleitamento
O que é
É um anti-inflamatório não esteróide para uso tópico.

O ácido flufenâmico (FFA) é um membro da classe de derivados do ácido antranílico (ou fenamato) de AINEs. Como outros membros da classe, é um inibidor da COX e previne a formação de prostaglandinas. O FFA é conhecido por se ligar e reduzir a actividade da prostaglandina F sintase e ativar o TRPC6.

O ácido salicílico (do latim salix, salgueiro) é um ácido mono-hidroxibenzóico lipofílico, um tipo de ácido fenólico e um beta-hidroxiácido (BHA). Possui fórmula C7H6O3. Este ácido orgânico cristalino incolor é amplamente utilizado em síntese orgânica e funciona como hormona vegetal. É derivado do metabolismo da salicina.

Heparinoides são glicosaminoglicanos derivados da heparina. Incluem oligossacarídeos e polissacarídeos sulfatados de origem vegetal, animal ou sintética.
Usos comuns
Está indicado no tratamento local da dor provocada por alterações inflamatórias e degenerativas dos músculos, tendões, ligamentos e articulações, tanto das doenças reumáticas inflamatórias (artrite reumatóide e espondilite anquilosante), como das doenças reumáticas degenerativas (artroses).
Tipo
Sem informação.
História
Cientistas liderados por Claude Winder de Parke-Davis inventaram o ácido flufenâmico (FFA) em 1963, junto com outros membros da classe, ácido mefenâmico em 1961 e meclofenamato de sódio em 1964.

O ácido salicílico está na Lista de Medicamentos Essenciais da Organização Mundial de Saúde, os medicamentos mais seguros e eficazes necessários num sistema de saúde.
Hipócrates, Galeno, Plínio, o Velho e outros sabiam que a casca do salgueiro pode aliviar a dor e reduzir as febres. Foi usado na Europa e na China para tratar essas doenças. Este remédio é mencionado em textos do antigo Egito, Suméria e Assíria. Os Cherokee e outros nativos americanos usam uma infusão da casca para febre e outros fins medicinais.

A heparina foi isolada pela primeira vez de fígado de cachorro pelo estudante de medicina Jay McClean em 1916. Jorpes descobriu a estrutura do polissacarídeo da heparina em 1935, identificando que é um polímero altamente sulfatado de glicosaminoglicoglicano (GAG) e ácido urónico. Por volta dessa época, a heparina começou a ser usada na profilaxia e no tratamento da trombose pós-operatória.
Indicações
Está indicado no tratamento local da dor provocada por alterações inflamatórias e degenerativas dos músculos, tendões, ligamentos e articulações, tanto das doenças reumáticas inflamatórias (artrite reumatóide e espondilite anquilosante), como das doenças reumáticas degenerativas (artroses).
Classificação CFT

9.1.10 : Anti-inflamatórios não esteróides para uso tópico

Mecanismo De Acção
Associação de substâncias activas que se complementam nos seus efeitos anti-inflamatórios, analgésicos e regeneradores dos tecidos.

O ácido flufenâmico, substância química do grupo dos fenamatos, tem uma acção anti-inflamatória por inibição da síntese das prostaglandinas.
O seu uso por via sistémica é limitado devido a problemas de intolerância gástrica.

Nesta associação o ácido flufenâmico é utilizado para uso cutâneo, obtendo-se uma elevada eficácia terapêutica sem os indesejáveis efeitos secundários registados com a administração oral desta substância.

O ácido salicílico faz parte da formulação deste medicamento numa concentração de 2%, não tanto pela sua acção analgésica mas sobretudo porque modifica a permeabilidade da pele, facilitando a penetração cutânea de outros princípios activos (acção queratolítica).

Simultaneamente, no local da sua aplicação, o ácido salicílico intensifica o fluxo sanguíneo local.

De acordo com Goodman e Gillman, o ácido salicílico inibe a migração dos leucócitos e diferentes processos proteolíticos, produzindo um efeito anti-exsudativo.

Também neste caso, as propriedades anti-exsudativas se devem à inibição da hialuronidase.

O polissulfato de mucopolissacáridos estimula o metabolismo do tecido conjuntivo, indispensável à sua regeneração e tem importantes propriedades anti-inflamatórias e anti-exsudativas por inibição das enzimas lisossómicas.

Adicionalmente, o polissulfato de mucopolissacáridos promove os processos metabólicos do mesênquima dos tecidos afectados, normaliza a viscosidade, a permeabilidade e a capacidade de fixação de água da substância intercelular, regularizando a difusão e as trocas iónicas.

As substâncias activas contidas nesta associação completam-se sinergicamente nas suas propriedades antiflogísticas.

Devido aos efeitos específicos dos seus componentes, este medicamento reduz a dor, inibe a inflamação, relaxa as contracturas musculares, tem efeito antiflogístico e favorece a irrigação sanguínea local, activando ao mesmo tempo o metabolismo tecidular.

Este medicamento encontra-se indicado no tratamento local dos síndromas reumatismais, actuando directamente sobre a afecção sem sobrecarregar o aparelho digestivo.
Posologia Orientativa
Salvo indicação médica em contrário, aplicar 3 a 4 vezes por dia, 5 a 10 cm de gel sobre a zona afectada e espalhar suavemente.

Isto corresponde a uma quantidade diária de 6 a 12 gramas.

Doses individuais de 1,5 a 3 gramas são consideradas necessárias para cobrir completamente a área afectada.
Administração
Uso cutâneo.

A duração do tratamento depende da indicação e da resposta obtida.

O gel não deve ser utilizado mais do que 14 dias para as lesões e/ou reumatismo nos tecidos moles, ou 21 dias para as dores de artrites, excepto se recomendado por um médico.

Quando utilizado em iontoforese e fonoforese, o gel deve ser aplicado no cátodo.
Contra-Indicações
O medicamento está contra-indicado em indivíduos com hipersensibilidade às substâncias activas e em doentes com insuficiência renal.

Dado não existir experiência suficiente de utilização do gel em crianças com menos de 14 anos e em mulheres grávidas ou que estejam a amamentar, não é aconselhado o seu uso nestes casos.

Não deve ser aplicado sobre mucosas, pele irritada ou apresentando soluções de continuidade (a absorção das substâncias activas pode ser imprevisivelmente maior).

Não deve ser utilizado em doentes que tiveram reacções de hipersensibilidade, tais como sintomas de asma, rinite alérgica ou urticária, ao ácido acetilsalicílico ou a outros anti-inflamatórios não esteróides.
Efeitos Indesejáveis/Adversos
Os efeitos indesejáveis incluem reacções da pele ligeiras e passageiras no local de aplicação.

Muito raramente podem ocorrer reacções alérgicas.

Os efeitos secundários frequentes (que ocorrem em mais de uma pessoa em 100) incluem: rash, eczema, eritema (vermelhidão), dermatite (inflamação da pele), incluindo dermatite de contacto.

Efeitos secundários raros (que ocorrem em mais de uma pessoa em 1000) incluem: reacções bolhosas incluindo síndrome de Stevens-Johnson e necrólise epidérmica tóxica (muito raro).

Efeitos secundários muito raros (que ocorrem em mais de 1 pessoa em 10000) incluem: rash pustular, hipersensibilidade (alergia), edema angioneurótico, asma, reacções de fotossensibilidade (sensibilidade exagerada à luz).
Advertências
Gravidez
Gravidez
Gravidez:O uso durante a gravidez, não é aconselhado.
Aleitamento
Aleitamento
Aleitamento:O uso durante o aleitamento, não é aconselhado.
Precauções Gerais
O medicamento não deve ser colocado em contacto com os olhos, lesões expostas e mucosas.

Como precaução a área tratada não deve ser exposta à luz solar durante o tratamento e nas duas semanas seguintes.

O gel não deve ser usado como penso oclusivo.

Na medida em que existe a possibilidade de absorção cutânea do gel, não é possível excluir a ocorrência de efeitos sistémicos.

O risco de ocorrência destes efeitos depende, entre outros factores, da superfície exposta, quantidade aplicada e tempo de exposição.

Segurança Cutânea dos AINE: Têm sido muito raramente notificadas reacções cutâneas graves, algumas das quais fatais, incluindo dermatite esfoliativa, síndroma de Stevens-Johnson e necrólise epidérmica tóxica, associadas à administração de AINE.

Aparentemente o risco de ocorrência destas reacções é maior no início do tratamento, sendo que na maioria dos casos estas reacções se manifestam durante o primeiro mês de tratamento.

Este medicamento deve ser interrompido aos primeiros sinais de rash, lesões mucosas, ou outras manifestações de hipersensibilidade.
Cuidados com a Dieta
Não aplicável
Terapêutica Interrompida
Caso se tenha esquecido de utilizar, aplique o gel quando se lembrar.
Se já estiver próximo da aplicação seguinte, não utilize uma dose a dobrar para compensar uma dose que se esqueceu de utilizar.
Cuidados no Armazenamento
Não conservar acima de 25º C.

Mantenha todos os medicamentos fora do alcance de crianças e animais de estimação.

Não deite fora quaisquer medicamentos na canalização ou no lixo doméstico. Pergunte ao seu médico, enfermeiro ou farmacêutico como deitar fora os medicamentos que já não utiliza. Estas medidas ajudarão a proteger o ambiente.
Espectro de susceptibilidade e Tolerância Bacteriológica
Sem informação.
Redutora do efeito Terapêutico/Tóxico

Ácido flufenâmico + Ácido salicílico + Heparinóide Diuréticos

Observações: Esta associação medicamentosa deverá ser utilizada com precaução, sobretudo em doentes idosos. Os doentes devem ser adequadamente hidratados e deverá ser analisada a necessidade de monitorizar a função renal após o início da terapêutica concomitante, e periodicamente desde então.
Interacções: Os anti-inflamatórios não esteróides (AINE) podem diminuir a eficácia dos diuréticos assim como de outros medicamentos antihipertensores. - Diuréticos
Usar com precaução

Ácido flufenâmico + Ácido salicílico + Heparinóide Inibidores da Enzima de Conversão da Angiotensina (IECAS)

Observações: Esta associação medicamentosa deverá ser utilizada com precaução, sobretudo em doentes idosos. Os doentes devem ser adequadamente hidratados e deverá ser analisada a necessidade de monitorizar a função renal após o início da terapêutica concomitante, e periodicamente desde então.
Interacções: Nalguns doentes com função renal diminuída (ex.: doentes desidratados ou idosos com comprometimento da função renal) a co-administração de um IECA ou AAII e agentes inibidores da ciclooxigenase pode ter como consequência a progressão da deterioração da função renal, incluindo a possibilidade de insuficiência renal aguda, que é normalmente reversível. A ocorrência destas interacções deverá ser tida em consideração em doentes a fazer a aplicação de ácido flufenâmico, sobretudo se for em zonas extensas da pele e por tempo prolongado, em associação com IECA ou AAII. - Inibidores da Enzima de Conversão da Angiotensina (IECAS)
Usar com precaução

Ácido flufenâmico + Ácido salicílico + Heparinóide Antagonistas dos Receptores da Angiotensina II (ARA II)

Observações: Esta associação medicamentosa deverá ser utilizada com precaução, sobretudo em doentes idosos. Os doentes devem ser adequadamente hidratados e deverá ser analisada a necessidade de monitorizar a função renal após o início da terapêutica concomitante, e periodicamente desde então.
Interacções: Nalguns doentes com função renal diminuída (ex.: doentes desidratados ou idosos com comprometimento da função renal) a co-administração de um IECA ou AAII e agentes inibidores da ciclooxigenase pode ter como consequência a progressão da deterioração da função renal, incluindo a possibilidade de insuficiência renal aguda, que é normalmente reversível. A ocorrência destas interacções deverá ser tida em consideração em doentes a fazer a aplicação de ácido flufenâmico, sobretudo se for em zonas extensas da pele e por tempo prolongado, em associação com IECA ou AAII. - Antagonistas dos Receptores da Angiotensina II (ARA II)
Redutora do efeito Terapêutico/Tóxico

Ácido flufenâmico + Ácido salicílico + Heparinóide Anti-hipertensores

Observações: Esta associação medicamentosa deverá ser utilizada com precaução, sobretudo em doentes idosos. Os doentes devem ser adequadamente hidratados e deverá ser analisada a necessidade de monitorizar a função renal após o início da terapêutica concomitante, e periodicamente desde então.
Interacções: Os anti-inflamatórios não esteróides (AINE) podem diminuir a eficácia dos diuréticos assim como de outros medicamentos antihipertensores. - Anti-hipertensores
Redutora do efeito Terapêutico/Tóxico

Ácido flufenâmico + Ácido salicílico + Heparinóide Medicamentos/Produtos de aplicação tópica

Observações: Esta associação medicamentosa deverá ser utilizada com precaução, sobretudo em doentes idosos. Os doentes devem ser adequadamente hidratados e deverá ser analisada a necessidade de monitorizar a função renal após o início da terapêutica concomitante, e periodicamente desde então.
Interacções: O ácido salicílico pode aumentar a absorção de outros fármacos aplicados localmente em simultâneo. - Medicamentos/Produtos de aplicação tópica
Identificação dos símbolos utilizados na descrição das Interacções do Ácido flufenâmico + Ácido salicílico + Heparinóide
Informe o seu Médico ou Farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica (OTC), Produtos de Saúde, Suplementos Alimentares ou Fitoterapêuticos.

O uso durante a gravidez e aleitamento, não é aconselhado.
Informação revista e actualizada pela equipa técnica do INDICE.EU em: 25 de Março de 2024